

Fomos atacadas por todos os lados. A casa encheu-se num ápice de bananas voadoras, qual filme de Hitchcock. Não fossem as magnificas vassouras da loja do chinês das esquina, e a esta hora não estávamos cá para contar a história.
Achamos por bem esquecer as bananas fritas e ir preparar a maravilhosa lagosta vinda expressamente de Madagáscar.

As coisas não estavam a correr bem, e algo de muito estranho se estava a passar naquela casa, mas como se costuma dizer, que não há duas sem três, e á terceira é de vez, pensamos que tudo o que poderia acontecer de errado já teria acontecido.

Até hoje não sabemos o que poderá ter acontecido, quando fomos tirar os morangos das caixinhas, o celofane que as envolviam começou a crescer a crescer a crescer e a enrolar-se á volta dos nossos corpos. Na aflição de rasgarmos o plástico que nos apertava o corpo e nos sufocava, deixámos cair os morangos no chão e no fim da guerra contra o plástico, os morangos não eram senão uma grande papa no chão.
A cena era lastimável e a tristeza era muita, tínhamos agora o projecto quase todo arruinado, e sem nada para apresentar ao senhor capitão.
Olhamos para o nosso artístico menu e constatamos que só sobravam as sobremesas. Pensámos que se pelo menos conseguíssemos fazer a parte doce do menu não chegaríamos á ceia sem nada nas mãos, que seria melhor que nada.
E lá resolvemos fazer os doces.
As farófias de framboesa correram lindamente, depois de prontas estavam lindas e de sabor divinal.
Colocámos-as em grandes tabuleiro, e a sua visão era de facto uma maravilha, ficámos a apreciar a nossa primeira obra de arte culinária bem sucedida.
Mas quanto mais olhávamos, mais as farófias cresciam. Estranho acontecimento. Fomos verificar os ingredientes utilizados para confirmar se, por engano não teríamos usado uma farinha com fermento extra especial, mas a farinha não fazia parte da receita.

Quando voltámos a olhar para as ditas, elas tinham ganho uma proporção assustadora e saiam dos tabuleiros onde as tínhamos colocado. Rapidamente lançaram-se em nossa perseguição.
Corremos para fora de casa a toda a velocidade. Foram tempos infinitos na correria da fuga, e quando demos por nós estávamos em pleno campo e perto do mar. Pensamos que a única solução de fuga seria o mar. E assim o fizemos, entramos na água rapidamente, e de facto as farófias em contacto com a água, dissolveram-se.
Em face do perigo corrido entrámos completamente em choque, não fora o mar a salvar-nos e teríamos morrido, teria sido uma morte doce, mas prematura, ainda tínhamos muitos anos de arte pela frente.
Fomos para casa combalidas e desanimadas, pingando da cabeça aos pés.
Tínhamos pacotes e pacotes de oreos na na cozinha, para o doce final, mas com a correria toda e a energia despendida, deu-nos uma fome brutal e atacámos os oreos sem apelo nem agravo.
E fomos comendo e comendo.

Comemos tanto, que depois não nos conseguimos mexer mais, estávamos atoladas de doces, e de repente conseguimos entender a vontade compulsiva do bulimicos de provocar o vómito.

Cruzámos os braços, estávamos literalmente derreadas, sem forças para nada, atacadas por todos os ingredientes da última ceia, com a cozinha virada do avesso, com vestígios de comida por todos os cantos, sucumbimos. Nada mais havia a fazer.
12 comentários:
IMPECÁVEL!!!!!!!!
peca por tardia esta ceia mas sem duvida a mais original!
maravilhoso!
passei aqui às pressas, mas volto!
adorei!
agora com mais calma...
como é que é?? não há ceia?? só a ementa da dita?? isso é que era bom!! até porque já estava a salivar quando cheguei aos "desastre de sofia"!!
traz os oreos, as bananas, o gato, que tudo mexidinho dá uma lauta refeição!!
eu estou embasbacado com as fotografias...
muy lindas las fotografías, "mundos paralelos" me encanta eso.
saludos.
Grande ceia!
Pena as complicações...
Parabéns, a melhor até agora!
A melhor descrição1 sem dúvida!
Maggie, já fui ali aos Jerónimos solicitar os serviços do pároco! Esta nossa casinha tem de ficar limpa de tanto demónio!
Achas que não podem ser coisas do Berardo com medo da concorrência???
Tu és um must e a nossa casa não merece tanta maldição!!!
Posso dar-te um 5++???
;))
Que loucura!
gosto de números redondos, o que se pode fazer...
Adorei ... pura e simplesmente !
muito, muito bom o teu blog. parabéns! E obrigada pela partilha.
Levo as bananas voadoras comigo...
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